sábado, 18 de fevereiro de 2012

diganaoaobullying   parte3



“Mudei de escola, mas as marcas do bullying ainda não sumiram”



A leitora C. L, de 15 anos, mandou seu depoimento para gente contando seus problemas. As agressões com ela foram tão graves que, além de largar a escola, ela teve que começar a ter acompanhamento psicológico.
“As pessoas costumam me zoar desde pequena e nessa época eu nem me importava, mas percebi que com o passar dos anos, as zoações frequentes começaram a influenciar e atrapalhar a minha convivência com meus colegas. Eu cheguei a entrar em depressão, pois não conseguia mais me relacionar com as pessoas. Os garotos do colégio não olhavam para mim e só me atacavam, me chamavam de gorda, nojenta, até de diabo já me chamaram. A gota d´água foi quando uma colega levou um cano de PVC na escola só para me agredir. Eu consegui escapar da agressão e fui contar para a diretora sobre o problema. Ela não tomou nenhuma atitude a respeito e ainda me acusou de estar mentindo por querer ser a “queridinha” de todos. Eu mudei de escola, mas as marcas do bullying ainda não sumiram. Hoje faço tratamento para lidar com o problema.”
Para a psicóloga Célia Mello, mudar de escola é uma última saída. “Cada caso é um caso, já que existem adolescentes que conseguem se defender sozinhos, sem a ajuda dos pais ou da coordenação da escola. Mas acredito que a troca do colégio seja uma medida extrema a ser tomada. Essa menina já faz tratamento, o que pode ajudá-la a superar esse problema, mas esse trauma pode se tornar parte da personalidade dessa pessoa.”, explica.
Ou seja, mudar de escola até pode ser uma solução, mas nem sempre resolverá os problemas deixados pelo bullying.
Entre as celebridades…
Esta semana o assunto bullying ganhou novamente destaque nas notícias depois que boatos sobreesse tipo de agressão começaram a  cercar a vida da atriz Emma Watson.
Tudo começou porque ela está deixando a faculdade que cursa, a Brown, por outra instituição ainda não divulgada. O anúncio fez com que as pessoas começassem a especular que a saída da universidade seria resultado de possíveis agressões que a atriz estava sofrendo no ambiente universitário.
Segundo o assessor de Emma, toda essa especulação é uma grande mentira. “Emma aproveitou muito o tempo que ficou na Brown e fez amigos, com os quais ela ainda mantém contanto. Essa história debullying é mentira. Ela esta mudando de universidade apenas porque quer ingressar em um novo curso”,disse o assessor em entrevista ao site E!.
Com a atriz, as agressões podem não ter passado de um boato, mas o bullying não é nenhuma brincadeira!
Tem alguma história para contar? Desabafa com a gente!



“Participei de uma campanha contra o bullying no colégio”




Nem tudo em relação do bullying é tragédia ou histórias tristes. A leitora P. P., 15 anos, de Fortaleza (CE), mandou sua história contando como um trabalho de sala de aula serviu para conscientizar várias pessoas sobre o problema.
“Eu faço parte de uma campanha contra o bullying. Tudo começou na minha escola, no ano passado, durante um trabalho de marketing sobre violência.  Meu grupo escolheu o tema bullying para discutir com o seguinte slogan: ‘Bullying: A palavra que deixa marcas‘. Nós nos dedicamos muito, pois não víamos aquilo como apenas um trabalho, era uma campanha que queríamos que continuasse. Falamos com pessoas que sofreram bullying, entregamos folhetos na rua, criamos camisetas, bottons, cartazes e vídeos para que as pessoas conhecessem o assunto.  Isso funcionou de um jeito que as pessoas que praticavam bullying, algumas até mesmo sem saber, se uniram a nós no movimento.”
A psicóloga Patrícia Zugaib falou sobre como é importante o envolvimento dos adolescentes no combate ao bullying. “Na medida em que todos se conscientizam que não deve haver preconceitos, que não há necessidade de humilhar as pessoas e que ninguém é melhor do que ninguém, eles começam a se colocar na posição daquele que sofre o bullying. Essa atitude é muito importante, pois é um passo para começar a diminuir o problema.”, contou.
Tem alguma história sobre bullying para contar? Desabafe com a gente!


“A diretora disse que o que estava acontecendo era culpa minha”



A leitora A.G., de 15 anos, mandou seu depoimento  contando sua história. O caso dela foi tão grave que ela teve que tomar uma medida extrema: parar de estudar.
“As pessoas da minha escola fizeram um blog sobre mim, inventando mentiras, me xingando e criando boatos. Falei com a diretora do meu colégio sobre isso, mas ela não deu a mínima. Um tempo passou, e eu percebi que até alunos bem mais velhos que eu me zuavam por esse blog, inclusive com ameaças. Novamente recorri à diretora, e ela disse que eu era manipuladora e tudo que estava acontecendo era culpa minha. Por isso, parei de estudar.”
A psicóloga Gabriela Vaz comentou o assunto dizendo que as escolas precisam de um preparo melhor para lidar com esse problema. “Tem que haver um trabalho em conjunto entre a escola e o aluno. É preciso ter um psicólogo na instituição e palestras com orientação para conscientizar os alunos. O problema do bullying não fica apenas restrito ao ambiente escolar, isso pode se refletir em qualquer tipo de relação social que essa pessoa possa ter daqui para frente. Dificilmente será um estrago irreparável, mas, às vezes, é necessário buscar ajuda”, conta.
Em casos como o da A., é importante contar com o apoio dos pais frente à escola. É importante deixar bem claro para a diretoria que o bullying é, sim, algo que deve ser resolvido também pela instituição de ensino.
Você passa por problemas parecidos? Mande seu depoimento!


O atirador do Realengo foi vítima de bullying


Imagem: Reprodução Veja.com.br – Homenagem no muro da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ)
“A luta pela qual (…) eu morrerei não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying.” A frase, retirada do discurso do atirador Wellington de Oliveira, gravado uma semana antes da tragédia do Realengo, confirmou a suspeita de que Wellington teria, sim, sido vítima de bullying. E que teria promovido um massacre na escola onde estudou justamente por ter sido zoado repetidamente por seus colegas naquele lugar.
bullying, isoladamente, não pode ser apontado como a causa de uma tragédia como essa. Mas, infelizmente, está entre os principais fatores que levaram Wellingtom a cometer o massacre”, explica Lucia Helena Saavedra, psicóloga e psicopedagoga, membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia – seção Rio de Janeiro.
Impossível defendê-lo: por mais que possa ter sofrido, nada justifica que ele tenha “se vingado” atirando contra adolescentes que, assim como ele, não puderam se defender.
E é por isso que CAPRICHO não podia deixar de retomar o assunto. O bullying – zoação e humilhações repetidas contra uma só vítima e sem nenhuma causa aparente – pode, sim, ter conseqüências extremas e muito graves.
No caso de Wellington, outro fator relacionado à saúde contribuiu para que ele cometesse os crimes.Portador de esquizofrenia – doença que pode provocar distorções na maneira como a pessoa enxerga e entende o mundo ao seu redor – sem tratamento, ele passou a isolar-se cada vez mais. A falta de apoio de amigos e familiares fez com que o problema ganhasse proporções ainda maiores. A ponto de ele ter planejado o massacre.
Não dá pra dizer que algo teria evitado essa enorme tragédia. Mas, se ainda é possível existir alguma coisa positiva disso tudo, é que precisamos, mais uma vez, reforçar o respeito ao próximo, o respeito às diferenças e assumir que todos temos responsabilidade para construir um futuro melhor. Diga não aobullying.

“Descobri que havia uma comunidade em um site de relacionamento só para me zoar”


A leitora P., de 15 anos, mandou seu depoimento pra gente e contou que, mesmo sofrendo com as agressões do bullying, o negócio é enfrentar o problema.
“O meu caso se trata de um cyberbullying. Havia um grupo de alunos na minha sala que não gostavam de mim, e foi aí que tudo começou. No começo eles provocavam na minha frente, mas eu nunca me escondi por causa disso e resolvi contar o problema aos meus pais, e, depois, para uma professora. Para resolver o caso, ela sentou comigo e com as meninas. Depois dessa conversa, as provocações na minha frente pararam, mas eu descobri que havia uma comunidade em um site de relacionamento, criada exclusivamente para me zoar! Quando vi, queria enfiar minha cabeça em um buraco e me esconder para sempre, mas não adiantaria nada se fizesse isso. Contei novamente para os meus pais e dessa vez eles foram ao colégio. Nós selecionamos todo o material que estava sendo veiculado na comunidade, que eram fotos minhas com chifres, nariz de palhaço e até mesmo com ameaças de morte. Não me deixei abalar por essas coisas e, ao invés de trocar de escola, apenas mudei o meu turno de estudo. A minha escola não resolveu o problema, pois as pessoas que fizeram isso comigo continuam por lá, como se nada tivesse acontecido. Mas, por causa da minha atitude, não sofri por muito tempo e não fiquei com nenhum tipo de trauma. Agora, para lidar com isso, tenho um blog e escrevo sobrebullying e outros temas. É o http://vivendoavidadeadolescente.blogspot.com/
A maioria das escolas está mesmo despreparada para lidar com o bullying e a atitude de criar um blog aparece como uma ótima solução. “As escolas estão despreparados porque consideram que a educação da afetividade é tarefa da família, e a da escola é a transmissão do conhecimento. E é mesmo tarefa da família, mas há eventos que só acontecem na escola. Eles (escola) têm que lidar com estes aspectos e tratar o aluno como um ser humano dotado de sentimentos e emoções, e não um robô. Sobre o blog, talvez ela esteja se expondo mais, mas tem o benefício de estar lidando com o problema, enfrentando o trauma. O que é muito positivo e deve ajudar.”, comentou a psicóloga Maria Isabel Leme.
Se você está sofrendo com esse problema, que tal tomar a atitude de P. como exemplo? Também vale a dica de exigir, sim, que a escola se posicione quanto ao assunto.


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